sábado, 11 de agosto de 2007

Penso, logo existo...ou então não

Sou uma pessoa que gosta de certezas. Gosto de problemas matemáticos e problemas lógicos, pois nestes, pode-se sempre confirmar se a solução encontrada é a correcta ou não e a própria linha de raciocínio utilizada para os resolver faz sentido para mim. Por isso gostava de viver num mundo onde tudo fizesse sentido. Gostava. Mas o mundo onde vivemos nem sempre parece fazer sentido e nessas alturas dou por mim cheio de dúvidas. Dúvidas existenciais que me tiram o sono. Se tiver dúvidas num problema de engenharia que tenha para resolver e estiver com dificuldades, não perco o sono por causa dele, pois sei que mais cedo ou mais tarde o conseguirei entender por completo e resolvê-lo. O mesmo não se passa para outro tipo de questões. Por exemplo, não posso saber se uma pessoa me perdoou por lhe ter feito algo de mal e/ou não posso saber se alguém gosta de mim. Só posso acreditar ou esperar que assim seja. Mas justamente por isso, estas questões são me mais importantes do que o facto indiscutível de que 2 + 2 = 4. São precisamente estas questões que me fazem sentir pequeno. Sempre disse que não me importo muito com o que os outros pensam de mim mas aparentemente não é bem assim. Preocupo-me com o que as pessoas de quem eu gosto pensam de mim. Por essas perco o sono. Há várias maneiras de uma pessoa se sentir viva e para mim, ter dificuldade em adormecer por estar envolto nestas questões, é uma delas. Existem maneiras melhores. Mas não deixa de ser uma maneira.

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